O quadro de Salvador
Dali (1904-1989), A tentação de S. Antônio (1946), evidencia o teor exagerado
da nossa imaginação. A tentação é uma deformidade da realidade e quem nunca a
experimentou, atire a primeira pedra!
Tentação é palavra
temida e sedutora e exerce grande atrativo no nosso imaginário. Quando ela se
apresenta o "Superego" diz: “Não pode!...”, em quando o
"Id": “que delícia!...” Eu tenho percebido que, quanto mais se nega e
reprime, ela mais rebota e ecoa!... O proibido desata mais o desejo!
Tentação é atração para
o exagerado, inadequado ou proibido. A propaganda e o marketing sabem disso,
por isso os apelos constantes a gastar mais do que se pode ou fazer o que não
se deve.
Para quem acredita, a
tentação é perversa, pois rompe a fidelidade, fraternidade e comunhão. As
Escrituras cristãs a relacionam sempre com o mal.
Contudo, as tentações
fazem parte da nossa caminhada, pois é próprio da imaginação ousar, romper
parâmetros e fronteiras. O próprio Jesus foi tentado; Pedro e Paulo também.
Para eles não foi nada fácil caminhar no amor. Há gestos humanos que superam o
próprio amor, querer e interesse.
As tentações vêm por
fora e por dentro; ninguém está livre das seduções do mundo, do medo e dos seus
próprios fantasmas...
Mas a tentação pode
virar também paranoia: “Quanto mais rezo, mais fantasmas aparecem...”, dizia-me
uma pessoa amiga.
A tentação se vence com
as boas ações! O que fazer? Ter Jesus como único Senhor e Salvador é o primeiro
passo, pois a limitação experimentada nunca será maior do que a salvação que
Ele gratuitamente nos deu!
Antigamente as pessoas
tinham escrúpulos, hoje provavelmente arrependimentos! Concretizar a tentação é
viver na fantasia!
Uma pergunta: Como
superar as tentações?
Pe. J. Ramón F. de la Cigoña sj
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